Um assunto a ser debatido |
É possível que o aumento progressivo da presença do Estado na economia brasileira se torne um dos grandes temas de debate da campanha eleitoral que agora começa a tomar corpo. Se não for, deveria ser. Nos últimos anos, ficaram evidentes as marcas dos tentáculos estatais em assuntos que deveriam ser resolvidos no âmbito do mercado e de acordo com as forças da competição. Não estamos falando de medidas emergenciais para conter os efeitos da última crise mundial, mas de movimentos no mundo dos negócios que se subordinam a visões ideológicas e a projetos de poder. Ações que criam privilégios, apontam vencedores e, portanto, dividem a sociedade. Conforme escreveu o economista Delfim Netto em um artigo recente, os 250 anos de estudos em economia política mostram que o desenvolvimento com liberdade individual depende de um Estado institucionalmente forte, que faça valer as regras pactuadas pela sociedade. O que temos visto no Brasil é algo que vai muito além disso. Há hoje, pelos cálculos do próprio Delfim, cerca de 400 empresas estatais em operação. E mais delas continuam a ser gestadas. Sucessivamente, o governo tem colocado o dedo em negócios dos mais diversos setores. Os argumentos para fazê-lo, quando existem, variam ao sabor das circunstâncias. O mais utilizado, nos últimos tempos, é a criação dos chamados campeões nacionais, empresas gigantescas, forjadas com financiamentos de bancos públicos. É desejável e necessário que o Brasil abrigue companhias fortes e competitivas. Mas por que seus controladores têm de ser definidos nos bastidores de Brasília? É uma pergunta que os candidatos devem responder antes de 3 de outubro. A reportagem de capa desta edição, uma análise do difícil processo de amadurecimento do Google, é a despedida em grande estilo do jornalista Tiago Lethbrigde como correspondente de EXAME em Nova York. Em breve, ele estará de volta à redação, em São Paulo, já como um dos editores executivos da revista. Durante os 15 meses em que trabalhou nos Estados Unidos, Tiago produziu reportagens que ofereceram ao leitor, ao mesmo tempo, a análise aprofundada e o prazer da leitura. Em setembro, ele será substituído em Nova York pelo editor executivo Sérgio Teixeira Jr. Apaixonado pelas questões e pela cultura americana, Sérgio terá a missão de retratar em suas reportagens uma economia e uma sociedade que tentam se manter no topo do mundo. CLÁUDIA VASSALLO |
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O Google vai à guerra |
O Google tem de crescer. Para isso, precisará atacar os territórios de Apple, Microsoft e Facebook |
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O Chávez da Olimpíada |
Cercado de polêmica, o presidente do COB, Carlos Nuzman, irá gerir 5,6 bilhões de reais para montar a Olimpíada no Rio |
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Ele não contava com os golfinhos |
Eike Batista descobriu que é mais difícil convencer ambientalistas a aprovar a construção de seu estaleiro do que atrair investidores para o projeto |
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O segredo está no cheiro |
Para se fixar na memória dos consumidores, empresas estão lançando mão de um poderoso aliado - o perfume |
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Sayonara, jornal? Não tão cedo |
Donos de algumas das maiores circulações do mundo, os diários impressos japoneses resistem aos tempos digitais |
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Começar de novo é com eles |
Com o aumento do ritmo de fusões e aquisições nos últimos anos, ganha impulso uma nova geração de empreendedores seriais no país |
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Trânsito congestionado no ar |
O fim dos planos de dados ilimitados nas redes de celular pode mudar para sempre a internet móvel |
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A conta ficou mais alta |
Teremos de investir até 3% do PIB global - e não apenas 1% - para conter uma catástrofe ambiental, diz o economista Nicholas Stern |
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A meca dos milionários |
Com a abertura do Itaú Suisse em Zurique, o banco vai disputar 210 bilhões de dólares que latino-americanos investem no país europeu |
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Os bastidores da criação da verdadeira supertele |
Ataques entre sócios, negociações paralelas e - mais uma vez - uma providencial ajuda do governo brasileiro. Os bastidores da venda da Vivo para os espanhóis da Telefônica |
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All you need is cash |
Uma nova publicação mostra como a fortuna e as desavenças nos negócios envenenaram as relações entre os Beatles |
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Difícil é não beber |
O mercado de vinhos sofisticados se tornou um dos melhores investimentos do mundo |
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"As pessoas riam da Petrobras" |
Para J. Robinson West, um dos maiores especialistas do mundo em petróleo, a Petrobras é uma potência e a ingerência do governo não é um problema tão grave |
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